Porteira fechada
Os trovadores do campoDe um pau de arueira que meu pai lavrou
Voltaram lembranças fazendo alvoroço
Do tempo moço que longe ficou
Mas minha alegria virou desespero
Ao ver o letreiro que alguém colocou
Também a corrente e a porteira trancada
A frase estampada meu peito gelou
Dizia o letreiro “proibida a entrada”
Na face marcada meu pranto rolou
Porteira fechada, proibir é maldade
Que eu mate a saudade do antigo lar
Também há um letreiro de 'entrada proibida'
Que o tempo pregou na porteira da vida
E à infância perdida não posso voltar
Lembrei-me do tempo que o sítio era nosso
E que já nem posso rever hoje em dia
Quem fosse chegando levantava a tranca
A entrada era franca e ninguém proibia
Estranhos e amigos chegando era certo
De braços abertos a gente acolhia
Hoje eu quis voltar e não tive sucesso
Magoado confesso essa dor não previa
Porteira fechada, em meu triste regresso
Negar-me o acesso é uma estranha ironia!
Porteira fechada, proibir é maldade
Que eu mate a saudade do antigo lar
Também há um letreiro de 'entrada proibida'
Que o tempo pregou na porteira da vida
E à infância perdida não posso voltar
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