Aldir blanc

Coisa feita

Aldir blanc
Sou bem mulher de pegar macho pelo pé
Reencarnação da Princesa do Daomé
Eu sou marfim, lá das Minas do Salomão
Me esparramo em mim, lua cheia sobre o carvão
Um mulherão, balangandãs, cerâmica e cisal
Língua assim, a conta certa entre a baunilha e o sal
Fogão de lenha, garrafa de areia colorida
Pedra-sabão, peneira e água boa de moringa
Sou de arrancar couro
De farejar ouro
Princesa do Daomé
Sou coisa feita, se o malandro se aconchegar
Vai morrer na esteira, maré sonsa de Paquetá
Sou coisa benta, se provar do meu aluá
Bebe o pólo norte, bem tirado do samovar
Neguinho assim, ó, já escreveu atrás do caminhão
"A mulher que não se esquece é lá do Daomé"
Faço mandinga, fecho caminhos com as cinza
Deixo biruta, lelé da cuca, zuretão, ranzinza
Pra não ficar bobo, melhor fugir logo
Sou de pegar pelo pé
Sou avatar vodu, sou de botar fogo
Princesa do Daomé
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