Cabaré
Alfredo marceneiro
Foi num cabaré de feira, ruidoso
Que uma vez ouvi cantar, comovido
Uma canção de rameira, sem ter gozo
Que depois me fez chorar, bem sentido
Que uma vez ouvi cantar, comovido
Uma canção de rameira, sem ter gozo
Que depois me fez chorar, bem sentido
Era a canção da alegria, couplé novo
Mas a pobre que a cantava, eu bem a vi
Naquela noite sorria, para o povo
E ao mesmo tempo chorava, para si
É que a linda cantadeira, tão formosa
Mais linda do que ninguem, certamente
Sentia a dor traiçoeira, rancorosa
A magoar-lhe o peito de mãe, cruelmente
Tinha um filhinho doente, quase á morte
E a pobre ganhava a vida, só de fel
Cantando a rir tristemente, por má sorte
Uma canção de perdida, bem cruel
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