Ela
Allanzi
Na fumaça dos cigarros, de pigarros
rostos desbotados
nos suspiros concentrados na desgraça
rostos desbotados
nos suspiros concentrados na desgraça
Ela respira
Nas catracas de transportes de pagantes
pontos, desembarques
nos arranha-céus parados como estacas
Ela se move
Nos salários de trabalhos de empregos
cantos de descanso
nos espaços dos assentos tão precários
Ela repousa
E eu entendo
eu entendo
eu entendo ela (2x)
Nos aflitos tilintares de talheres
copos transbordantes
nos aromas destemperos indistintos
Ela consome
Nas cobranças de gerentes diligentes
contas, corredores
nas saídas e entradas giratórias
Ela (a)credita
Às fachadas conhecidas de jazidas
cômodos imóveis
às paredes invisíveis bem caladas
Ela retorna
E eu me rendo
eu me rendo
eu me rendo a ela (2x)
Ela é
minha só
minha é
minha sozinha é
minha só
minha é
minha solidão
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