Com a certeza de quem não sabe nada
Baia
Eu acordo ouvindo vozes a falar
Que ela ainda está por vir
Como em cena de filme de Almodovar
As horas, elas já não passam por aqui
Que ela ainda está por vir
Como em cena de filme de Almodovar
As horas, elas já não passam por aqui
O desapego
Com seu apelo ao impossível
Nos alivia
Enquanto o velho medo
Tenta afastar todo o perigo
E nos denuncia
Com a certeza de quem não sabe nada
Decidi me entregar
Com a certeza de quem não sabe nada
Já não penso mais na perda que pesou
Quem escolhe renuncia
Como diz Paul Verlaine a Arthur Rimbaud
“Amor, somos pólvora e poesia”
E esse vazio
Que nos inspira e apavora
Já não judia
Distância versos tempo
Produto bruto dessa história
Que se anuncia
Quisera eu que a vida fosse um arroz doce
Uma dolce Vitta
Livre do arbítrio
Aceitando o meu destino
Que se pronuncia com a certeza de quem não sabe nada
Decidi me entregar com a certeza de quem não sabe nada
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