Forasteiro
Berenice azambujame dá licença que eu estou chegando
eu sou lá do Rio Grande terra hospitaleira
sou chucro da querência mas bueno de prosa
se houver churrasco e trova e passo a noite inteira
sou forasteiro mas me dou ao luxo
de ser um bom gaúcho e nunca fazer feio
se quer me ver contente é me deixar cantar
sapatear a chula e laçar num rodeio
acho bonito um baile de galpão
levantar poeira do chão num xote afigurado
usar bombacha e tomar chimarrão
e horar a tradição do meu Rio Grande amado
sou afamado nos bailes de rancho
e mesmo de carancho sou bem recebido
se pego numa gaita e começo a tocar
eu sei como deixar um baile divertido
se houver encrenca e venha pro meu lado
tô sempre preparado e não fujo da raia
já fiz muito valente sair porta à fora
escondendo as esporas num rabo de saia
meu coração é como esse Rio Grande
aberto para todos que quiserem entrar
porém se alguma china me fizer proposta
lhe dou logo a resposta pra não se enganar
não me demoro aqui por estes pagos
não sou acostumado longe do rincão
mas se quiser garupa o meu cavalo agüenta
e vai de contrabando lá pro meu galpão
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