Bruno souza

Zero não existe

Bruno souza
O começo é culpa do fim
Muito mais do que o fim do começo
Prova da inexistência do zero
O vazio é um falso documento

Na mudança diária, rotação
Desabrigados lutando por um pão
No caderno um risco redondo
Representando o nada, e ponto

O zero não existe
Forma e conteúdo persistem

No salário chega perto
Encosta do lado, certo
Pleno de seu valor medíocre
O trabalhador insiste, triste

Tropeça na calçada, o nada
O vácuo é área estruturada
Rua fora do mapa
Do lado das maiores casas

Zero não existe
Pobre não é triste
Madame não é chique
E o erro persiste,
Insiste,
Permite,
Sempre triste

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