Cacique e pajé

Despedida

Cacique e pajé
Agora velho e cansado sofrendo tanto desgosto Dentro deste peito meu a tristeza fez encosto?
Quem me vê assim não diz que já fui homem disposto Era muito divertido e também de muitos gostos Hoje de cabelos brancos lágrimas descem do meu rosto. Tenho oitenta janeiros guardados em minhas costas Pelejo pra ver se canto esforço e a voz não solta Como é que posso cantar, cantar assim se desgosta Meu peito enfraquecido,
minha voz já está morta Foi igual ao eixo do carro gastou de tanto dar voltas.
Com quinze anos de idade eu era bom cantador Quando chegava nas festas parecia um beija-flor Agora estou velhinho desprezado sem amor Meu peito velho cansado já perdeu seu valor
Hoje quando vejo a viola suspiro e choro de dor. Desprezei minha viola, pendurei ela num canto Despedi dos companheiros com o meu coração em pranto De joelhos peço a Deus que me cubra com seu manto Sei que vou mas deixo a fama, ninguém quebra meu encanto Vou esperar por vocês lá dentro do campo Santo.
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