Homem de sorte
Cacique e pajéMeus padrinhos de batismo, homem rico e abençoado
Me levou pra batizar no seu carro importado
A sua grande fortuna quem herdava era o estado
Por ele não ter família
Tudo que lhe pertencia no meu nome foi passado.
Meu padrinho faleceu, depois de uns anos passados
Lá em casa apareceu um doutor advogado
Ele foi me entregando um tesouro registrado
Foi enviado por Deus o que eu não tinha esperado
Esta boa criatura
Me entregou a escritura de um fortunão danado.
Eu fiquei sendo herdeiro de uma rica mansão
Eu era um simples roceiro e passei a ser patrão
Eu virei um fazendeiro, muita terra a criação
Pra satisfazer ao carreiro preto velho Sebastião
Eu comprei do Rei do Gado aqueles bois respeitados que foi terror do sertão.
Me custou muito dinheiro, boi Palácio e Boi Pintado
O Soberano e o Fumaça foram bem valorizado
O Malhado e os Ás de Ouro paguei com cheque visado
Achei que o velho carreiro não pegava aquele gado
Boi Cigano e Boi veludo
Acabou quase com tudo dos grande peões respeitados
Preto velho corajoso deu conta da empreitada
A boiada criminosa por ele foi amestrada
Com a boiada no carro saía de madrugada
Carro cantava choroso lá no alto da invernada
O povo fica curioso
Pra ver os bois perigosos puxando o carro na estrada.
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