O homem das províncias
Cacique e pajé
Eu venho vindo de uma selva bruta
Pisando em terras que só Deus olhou
Mãos calejadas e um rosto suado
E um coração de amor
Eu não cheguei a conhecer meus pais
Não aprendi a ler, nem escrever
Mas fui formado na escola do mundo
Quantos tropeços pra sobreviver
Pisando em terras que só Deus olhou
Mãos calejadas e um rosto suado
E um coração de amor
Eu não cheguei a conhecer meus pais
Não aprendi a ler, nem escrever
Mas fui formado na escola do mundo
Quantos tropeços pra sobreviver
Talvez encontre alguém para cuidar de mim
Porque eu não sou bicho para viver assim.
Eu me criei no ventre das montanhas
Olhando alto sem nada enxergar
Trago no peito uma força estranha
Querendo sempre com Deus conversar
Queria tanto entender o mundo
Que o homem pensa que entende
Talvez melhor é ser um vagabundo
Do que ser dono sem nada ser.
Eu venho vindo da terra do ouro
Este tesouro nunca colhi
Mas eu garanto que não tenho culpa
Porque da luta eu nunca fugi
E se alguém puder me ouvir
Estou perdido muito descontente
Sou um sofrido homem das províncias
Sou lá do mato mas também sou gente.
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