Cacique e pajé

Pó de mico

Cacique e pajé
Venho vindo da montanha lá do alto bem do pico
Sou um canário guerreiro, nasci na copa do angico
Eu defendo os passarinhos das rolinha ao tico
Destruí o gavião penacho desde a garra até o bico.

São Paulo é uma floresta de cimento a onde eu fico
Ponteando a minha viola e ouvindo o fuxico
Na onda de uma estação pelo radio eu comunico
Pro meu povo sertanejo modas boas eu dedico.

Minha rima vem de cima nos meus versos logo aplico
Com a minha viola no peito não dou volta e nem tropico
Pra furar a barra da inveja meu pagode é um maçarico
Pra fazer dançar miudinho minha viola é pó de mico.

Quem nasceu pra galo índio faz de poleiro o nanico
Onde corre o puro sangue matungo vira burrico
Quem nasceu para Pelé não tem inveja do Zico
Quem nasceu Silvio Santos faz o pobre ficar rico.

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