Poema do fecho Éclair
Carlos do carmotinha um colar de oiro
tinha um colar de oiro
com pedras rubis.
Cingia a cintura
com cinto de coiro,
com fivela de oiro,
olho de perdiz
Comia num prato
de prata lavrada
girafa trufada,
rissóis de serpente.
O copo era um gomo
que em flor desabrocha,
de cristal de rocha
do mais transparente.
Andava nas salas
forradas de Arrás,
com panos por cima,
pela frente e por trás.
Tapetes flamengos,
combates de galos,
alões e podengos,
falcões e cavalos.
Dormia na cama
de prata maciça
com dossel de lhama
de franja roliça.
Na mesa do canto
vermelho damasco
a tíbia de um santo
guardada num frasco.
Foi dono da terra,
foi senhor do mundo,
nada lhe faltava,
Filipe Segundo.
Tinha oiro e prata,
pedras nunca vistas,
safira, topázios,
rubis, ametistas.
Tinha tudo, tudo
sem peso nem conta,
bragas de veludo,
peliças de lontra.
Um homem tão grande
tem tudo o que quer.
O que ele não tinha
era um fecho éclair.
Mais ouvidas de Carlos do carmo
ver todas as músicas- Fado Lezíria
- Lisboa Menina e Moça
- Fado Varina
- Estranha Forma de Vida
- Por Morrer Uma Andorinha
- Vim Para O Fado
- Homem Das Castanhas
- Fado da Saudade
- Retalhos da Vida de um Médico
- Os Lobos e Ninguém
- Os Putos
- Bairro Alto
- Fado do Campo Grande
- O Amarelo da Carris
- Um Homem Na Cidade
- Namorados da Cidade
- Vou Contigo Coração
- O Cacilheiro
- Fadinho do Bacalhau
- No Teu Poema