Ontem ao luar (choro e poesia)
Carlos galhardo
Nós dois em plena solidão
Tu me perguntaste o que era a dor
De uma paixão
Nada respondi
Calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti
Dos olhos meus correr
Senti
Uma nívea lágrima
E, assim, te respondi
Fiquei a sorrir
Por ter o prazer
De ver
A lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão
Não tem explicação
Como definir
O que só sei sentir
É mister sofrer
Para se saber
O que no peito
O coração
Não quer dizer.
Pergunta ao luar
Travesso e tão taful
De noite a chorar
Na onda toda azul
Pergunta, ao luar
Do mar à canção
Qual o mistério
Que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor
O amaríssimo travor
Do seu dulçor
Sobe um monte á beira mar
Ao luar
Ouve a onda sobre a areia
A lacrimar
Ouve o silêncio a falar
Na solidão
Do calado coração
A penar
A derramar
Os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior
Que é a dor de Deus.
Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui
Na rósea flor do coração
Ouve a inquietação
Da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive, assim, tão triste
A suspirar
A palpitar
Vem uma desesperação
A teimar
De amar
Um insensível coração
Que a ninguém dirá
No peito ingrato
Em que ele está
Mas que ao sepulcro
Fatalmente, o levará.
Tu me perguntaste o que era a dor
De uma paixão
Nada respondi
Calmo assim fiquei
Mas, fitando o azul do azul do céu
A lua azul eu te mostrei
Mostrando-a a ti
Dos olhos meus correr
Senti
Uma nívea lágrima
E, assim, te respondi
Fiquei a sorrir
Por ter o prazer
De ver
A lágrima nos olhos a sofrer
A dor da paixão
Não tem explicação
Como definir
O que só sei sentir
É mister sofrer
Para se saber
O que no peito
O coração
Não quer dizer.
Pergunta ao luar
Travesso e tão taful
De noite a chorar
Na onda toda azul
Pergunta, ao luar
Do mar à canção
Qual o mistério
Que há na dor de uma paixão
Se tu desejas saber o que é o amor
E sentir o seu calor
O amaríssimo travor
Do seu dulçor
Sobe um monte á beira mar
Ao luar
Ouve a onda sobre a areia
A lacrimar
Ouve o silêncio a falar
Na solidão
Do calado coração
A penar
A derramar
Os prantos seus
Ouve o choro perenal
A dor silente, universal
E a dor maior
Que é a dor de Deus.
Se tu queres mais
Saber a fonte dos meus ais
Põe o ouvido aqui
Na rósea flor do coração
Ouve a inquietação
Da merencória pulsação
Busca saber qual a razão
Por que ele vive, assim, tão triste
A suspirar
A palpitar
Vem uma desesperação
A teimar
De amar
Um insensível coração
Que a ninguém dirá
No peito ingrato
Em que ele está
Mas que ao sepulcro
Fatalmente, o levará.
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