Celso viáfora

Fatalidade

Celso viáfora
Era o baleiro do grupo escolar
Que entrou pela escola adentro atirando pro ar
Se trancou com o professor, um servente e as crianças

Quando a polícia cercou o lugar
Ele pediu a presença da imprensa por lá
E acertou que ia se se entregar
De repente, a matança

Lá fora um tira tira o fuzil
Um tiro à sangue frio
Zuniu
Arruinou
Diz que ninguém mandou
Dedo é que se enganou
Raspou
Escapuliu

Por um instante o tempo parou
E a escuridão veio antes da dor

Ficou o corpo espichado no chão
Dando notícia comum na segunda edição
De manhã, tudo tal e qual
Tudo certo, tudo igual

A vizinhança nem se lembra mais
Que ele jurou atrair a tv e os jornais
Pra chamar a atenção geral
Pro problema das enchentes no local

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