Clã

Novas babilónias

Clã
Neste tempo de sucessos
de quedas e ascensões
para o topo dos topos

pare o gelo dos copos
para a vala das gerações
novos Bogarts em velhas gabardines
novas Madonnas em velhas Marilyns
crestam lendas nos magazines
ao ritmo das ilusões

novas Babilónias erguem-se do pó

e lê-se tudo em diagonal
e tudo chega a horas a Portugal
o comboio está agarrado
por fim o tempo está mesmo ao lado
já chegou o Desejado
e o sonho está normalizado
na suave proporção
de um para x elevado a um cifrão

novas Babilónias erguem-se do pó

tudo é novo e velho num vaivém de espuma
tudo se refunde no brilho do bruma
e vós combatentes de guerras idas
contentes lambendo as mãos do rei Midas
Joanas, Joões de arcas perdidas
saltadores de fogueiras já ardidas
cinzas de cinzas de cinzas
bem-vindos ao império das coisas parecidas

novas Babilónias erguem-se do pó

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