Outono.primavera
Cores raras
Desperta, uma voz alerta outra manhã.
Deserto, ninguém por perto,
A busca é vã
Não sei se vou, se deixo ir
Mas fácil seria, seria em chuva eu sumir
Deserto, ninguém por perto,
A busca é vã
Não sei se vou, se deixo ir
Mas fácil seria, seria em chuva eu sumir
Em minhas palavras ainda ecoam mil desejos sem cumprir
Um sonho em brasa arde sem jamais se extinguir
Sedento, em que momento irá cessar?
Lamento, suspiro lento ao constatar
Que o tempo torna a faltar
E sobram ideias, tantas ideias sem lugar
Será engano ou, no horizonte, uma esperança ainda reluz?
No meu outono, mais a primavera me seduz.
Afetos, quantos trajetos sem razão
Inquietos, trazem discretos à visão
Que é vinda a hora de partir
Encerram-se os versos, desponta em canto o porvir
No céu incerto a chuva espreita e o peito aperta o coração
Mas, segue a vida, e esta é apenas outra estação
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