Berrante de ouro
Dalvan
Essa casinha, junto ao estradão
Faz muito tempo que eu parei aqui
Vem minha velha, vamos recordar
Quantas boiadas eu já conduzi
Fui berranteiro, e ao me ver passar
Você surgia me acenando a mão
Até que um dia, eu aqui fiquei
Preso no laço do seu coração
Faz muito tempo que eu parei aqui
Vem minha velha, vamos recordar
Quantas boiadas eu já conduzi
Fui berranteiro, e ao me ver passar
Você surgia me acenando a mão
Até que um dia, eu aqui fiquei
Preso no laço do seu coração
Vê, ali está
O meu berrante no mourão do ipê
Vou cuidar melhor
Porque foi ele que me deu você
Me lembro o dia em que eu aqui parei
Pra aquela viagem, não cheguei ao fim
Foi a boiada, e com você fiquei
E os peões, dizendo adeus pra mim
Vem minha velha, veja o estradão
E o berrante que uniu nós dois
Nuvens de pó, que para trás deixei
Recordação de um tempo que se foi
Daquele tempo
Que ao longe vai
O meu berrante, repicando além
Ecos de choro, vindos do sertão
Ao recordar fico a chorar também
Não é de ouro o meu berrante não
Mas, para mim ele tem mais valor
Por que foi ele que me deu você
E foi você, que me deu tanto amor
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