Ás de espadas (part. marta ren)
DealemaA vida exige muito de nós, damos-lhe o dobro
Detesto pensamento rácio, gravito como astros
Balanciado em signo, ascendente e minotauro
Desconforto em ser peso morto, prefiro o conforto do frio real
Mantenho a sanidade por um fio, eu confio
Não me empurres bimbo, eu sobrevivo no limbo
Inspiro a vida enquanto esgrimo a dois bafos do abismo
A nossa iora, escola como a tora para a cavala
Chapada que te acorda com a mesma mão que te embala
Chamada sem hora marcada, revolução é agora
Calma na falta de respeito, a lambada que te vira a cara
Pára, afoga a mágua e mata-a, agarra-te e amarra em âncora
Prepara-te são e salva-te, entrega teu corpo e alma
Má vida que te acomoda, elimina com bomba atómica
Dealema cara a cara, sou mascara anónima
Neste mundo estranho, sem dor não há ganho
Tens de engolir o orgulho e entulho de todo tamanho
Aprova o que te põe à prova e prova do sabor amargo
Se essa obra não desdobra prepara e assume o cargo
A vida é feita de batalhas, batalhas pra sobreviver
E quando falhas, vês que as falhas é que ensinam a crescer
O saber não ocupa espaço a quem abre espaço ao saber
E mesmo que chegues atrasado nunca é tarde pra aprender
Só vai beber da fonte quem tem sede de vencer
E quem no jogo aposta a vida, o mais certo é vir a perder
Perdi, caí, levantei-me, subi, caí, levantei-me
E foram tantas as quedas que às tantas habituei-me
Não tenho medo do fracasso pois é de sangue o nosso laço
Máxima satisfaçao, penso em projetos que abraço
Dou bafos de inspiraçao sem ter de puxar o maço
É como um passo de gigante a cada meta que ultrapasso
Há quem não escolha bem
Não vai a jogo, não mantém
No constante vai e vem
Esta luta não te convém
Não sou roleta russa de ninguém
Essas fichas para mim não valem
No constante vai e vem
Esta luta não te convém
Antes do anarquista cometer suicidio
No dia anterior estava abatido
Com a bíblia na mão falava comigo da dor,
Em busca da salvação ou motivo
Já chutava no pescoço quase perto do ouvido
Partiu no seu derradeiro voo da ponte de Dom Luis Primeiro
Mais uma alma perdida na neblina, nessa noite imagina
Saí de casa com vontade de encostar um fusco a todos os traficantes de heroína
É preciso ser um grande homem para sobreviver
Na selva urbana tudo pode acontecer, da lua cheia ao amanhecer
Há sempre alguem a fazer-se à vida, tem de haver sempre alguem a meter
A viver com a corda no pescoço,
A cair e ir ao fundo aos poucos, a esgravatar sem encontrar um poço
Embacotados, enquandrados, mal-humorados
Tão agoniados que a felicidade passa ao lado
Hoje em dia ser honesto é sinónimo de otário
O elogio da vaidade, do salafrário
Quem é a proxima vitima do conto do vigario?
Algúem vai ver um zero no seu extrato bancário
Só dá tratantes, filtros, parasitas e velhacos
Pelintras, patifes, piratas e larápios
Que vagueiam em hordas pela cidade fora de horas
Ditam as normas, eles encostam-te às cordas
Com navalhas afiadas apontadas à guela
Como putos da favela que copiam da novela
Perdem a cabeça, compram um passa montanhas
Disparam a caçadeira, no chão espalham entranhas
Várias artimanhas, saltam cartas das mangas
São gaivotas abutres, ratos, hienas e piranhas
É preciso ser forte pra ser honesto neste jogo
É um ambiente tao viscoso, que até mete nojo
Há quem não escolha bem
Não vai a jogo, não mantém
No constante vai e vem
Esta luta não te convém
Não sou roleta russa de ninguém
Essas fichas para mim não valem
No constante vai e vem
Esta luta não te convém