Dealema

Mais uma sessão

Dealema
(Senhoras e senhores, diretamente do 2º piso
Coletivo dealemático, MUNDO SEGUNDO)

Super lirical sempre tenso e complexo
Eis a chave da saída e não a chave do sucesso
Ficarias perplexo se te explicasse verso-a-verso
Que grande parte dos MC's tem um estilo supérfluo
Superficial, trivial, irreal
Falso de fachada, fantasia, Carnaval
Aqui mora o real, hip-hop de Portugal
14 anos de clássicos no panorama musical
Esses que tentam abafar-nos (quê?) não têm vida
Fundo de desemprego (quando?) já de seguida
Aguarda na fila porque já dá a volta ao bloco
Cresce e aparece, procura mérito próprio
Mais um colóquio comitiva dealemática
Sem patilha de segurança, vocal semi-automática
Certo como matemática, insurretos na temática
Psicossomática, gramática, acrobática

(Senhoras e senhores, diretamente do 2º piso
Coletivo dealemático, MC MAZE)

Sou malabarista lírico, rei do vocabulário
Incendiário, satírico no comentário
Com salário dependente de datas no calendário
O que é bizarro é que eu nem canto eu falo rápido
É o meu tique, libertação de rimas em cadeia
Sopa de letras contra-indicação, cefaleia
Ginástica acrobática da mente elástica
Rápida, sinapse eléctrica automática
Conteúdo extra-nutritivo pode ser nocivo
Consumido, em sobre dosagem é suicídio
Para novos MC's do fluxo básico, primário
Que absorvem estas rimas como um penso diário
Troco sangue, suor e lágrimas por um honorário
E sentes logo a vibração, a palpitação do teu coração
É dealema em acção, é dealema em acção

(Quem?) Mundo, Fuse, Maze e Ex-Peão
(Com) DJ Guze, estamos à patrão
(Quando) Quando o tópico é revolução
(Nós) Damos início a mais uma sessão [x2]

(Senhoras e senhores, diretamente do 2º piso
Coletivo dealemático, EX-PEÃO INFILTRADO)

Palavras mágicas, reais e trágicas Imagens rápidas,
reativadas como flashes de ácidos na mente
São os clássicos, dealemáticos com palavras bifurcadas
Por entre as serpentes, liga os máximos
Não consigo ver um palmo à frente
Reconhece a cidade pelo nevoeiro
Juntos nesta missão poética que brilha na métrica
E espalha a mensagem duma visão profética
Eis-nos sempre clarividentes na linha da frente
Como antigos réis do médio Oriente
Usamos tácticas revolucionárias
Tiramos máscaras a gajos cínicos
Não damos mentes plásticas
Com som mecânico e orgânico em simultâneo
Criando pânico, nunca o ódio, decifra o código
Léxico, técnico, ao nível ótico
Assaltamos mentes neste caos babilónico

(Senhoras e senhores, diretamente do 2º piso
Coletivo dealemático, FUSÍVEL, INSPETOR MÓRBIDO)

Desci à terra sob a forma de MC, olha para o ar
Fusível, encripta o Céfalo, o meu avatar
Notívago olímpico, dou trepas quando trepo em versos
como um lince ibérico necrófago para encéfalos
Ejaculo em crápulas com particularidades másculas
A vossa fórmula é partícula minúscula na prática
A minha ostentação vernácula é dealemática
Sementes de veneno arrancadas pétala a pétala
Gramática estrambólica, a inoculação de metáforas
é fantástica, Dealema acústica, aeronáutica
A quantidade diabólica de informação melódica
Que te injectamos provoca-te obesidade mórbida
O quinto anjo assim saiu do céu subterrâneo
Mas se no máximo eu vejo a escuridão num grande ângulo
A válvula fica trémula com a literatura sádica
Amplificação, prestem vénia a quem dribla com a lábia

(Quem?) Mundo, Fuse, Maze e Ex-Peão
(Com) DJ Guze, estamos à patrão
(Quando) Quando o tópico é revolução
(Nós) Damos início a mais uma sessão [x4]

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