Maria, a louca
Deborah blando
Maria tem fogo na mente
Seu corpo na espera que o dia não passe
Que a noite não venha, pois dorme sozinha
Encolhe o seu corpo de encontro à parede
O gosto salgado de quem já chorou
Lhe rola na face, lhe causa agonia
E por ironia lhe chamam Maria...
Maria que até já foi nome da mãe do Senhor
Agora é sem nome
É mãe, seu doutor, mas nem sabe de quem
Só sabe que um dia foi linda Maria
Maria de festa, de noite de dança
De rosto rosado, vestido bonito
Maria prendada que agora é perdida
Maria que chamam de louca
Virou Brincadeira da turma da rua
Soltou gargalhada, deitou na calçada
Deu grito infinito, gemido profundo
De tão contraído seu rosto se abriu
E se encheu de ternura, pois é, quem diria
Da louca Maria restou a poesia
Da moça Maria restou a mulher
Seu corpo na espera que o dia não passe
Que a noite não venha, pois dorme sozinha
Encolhe o seu corpo de encontro à parede
O gosto salgado de quem já chorou
Lhe rola na face, lhe causa agonia
E por ironia lhe chamam Maria...
Maria que até já foi nome da mãe do Senhor
Agora é sem nome
É mãe, seu doutor, mas nem sabe de quem
Só sabe que um dia foi linda Maria
Maria de festa, de noite de dança
De rosto rosado, vestido bonito
Maria prendada que agora é perdida
Maria que chamam de louca
Virou Brincadeira da turma da rua
Soltou gargalhada, deitou na calçada
Deu grito infinito, gemido profundo
De tão contraído seu rosto se abriu
E se encheu de ternura, pois é, quem diria
Da louca Maria restou a poesia
Da moça Maria restou a mulher
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