Elza soares

Eu e o rio

Elza soares
Rio caminho que anda e vais resmungando talvez uma dor
Ah quanta pedra levaste quando pedra deixaste sem vida e calor
Vens lá do alto da serra o ventre da terra rasgando sem dó
Eu também venho do amor o corpo rasgado de dor e tão só
Não deixa a flor te curvar seu corpo beijar e ficar lá prá trás
Tens a mania doente de andar só prá frente não voltas jamais
Rio caminho que anda o mar te espera não corras assim
Eu sou o mar que espera alguém que não volta prá mim.
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