O crime do raciocínio
Face da morteNão estou á fim de impressionar
Só queria resgatar os manos que estão do lado da lá
De cá vítimas do processo de extermínio, a morte do raciocínio
Sem informação, a informação é na rua
A verdade nua e crua se reflete nos moleques
Na faixa de sete já tem um cacetete com razão
Veja o caso do joão
Sem bicicleta, videogame, muita fome
O pai que bebe, a mãe que some ele não sabe pra onde
Vai pra escola pra comer sem direito á lazer
Estudar ele não gosta, a escola é uma bosta
Carteira quebrada, parede pichada, professora desmotivada
Já pensa nos ladrão, já sonha com um oitão
Ar15, 9 milímetros, hk pensa que isso vai mudar
Sua vida num instante, sonha em ser um traficante
Assaltante ou qualquer coisa desse tipo
Saúde e educação no brasil é só pra rico
Tudo isso é conseqüência do descaso
Do país que é governado pela elite
Insiste em dizer que ladrão tem que morrer
Quem mandou não estudar, agora tem que se ferrar
O quadro se define
Eles têm o dinheiro e nós temos o crime.
(2x) o crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Simplesmente natural, nem moderno, nem antigo
O crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Aqui é face da morte o crime do raciocínio.
Latrocínio 157, 12, 121
Na rua considerado, lá dentro só mais um
Ficar de pé pra não morrer, proceder tem que ter
Depois de encarcerado tá fodido, ta marcado
É quase impossível de o mano ser reintegrado
Posso até citar um caso de um maluco que tinha arrumado
Um trampo sossegado numa multinacional, um salário legal
Nos acertos finais antecedentes criminais
Incho, manchou, derrubou o sonho de recuperação
De um mano sangue bom
Inteligente, competente, resgate social ou na questão estrutural
Será que é tão difícil tratar o povo como gente
E aí presidente, tente ouvir esta questão
Descubra este mistério, ministério virou objeto de barganha
Por que você não cumpre suas promessas de campanha
Incentivo fiscal seu sociólogo nojento
Á todas as empresas que pregarem ex-detentos
Fazer com que os presos aproveitem seu tempo
Estudando, se formando, se profissionalizando
Encaminhado á um emprego, quem sabe desse jeito
Possa até valer a pena
O mano deixar o crime depois de cumprir sua pena.
(2x) o crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Simplesmente natural, nem moderno, nem antigo
O crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Aqui é face da morte o crime do raciocínio.
Conhecido por você como aliado g
Nunca fui apresentado muito menos mascarado
Sempre estive lado á lado com a comunidade do morro
Que pede socorro
Rimas fortes, conseqüentes em prol da minha gente
Que infelizmente é inserida num processo de retrocesso
Não vejo ordem nem progresso
Nossa bandeira é uma piada, a favela ta ferrada
Com a falta de água, emprego, esgoto
Excluindo tudo, tudo aqui gera desgosto
Você volta num escroto amanhã ele some
E o que sobra é a fome, entenda a minha crítica
O motivo dessa falta é a vontade política
Se pelo menos distribuíssem renda
Vou até mandar um salve pro ministro da fazenda
Entenda, salve o moleque que dorme na calçada gelada
Não os banqueiros trambiqueiro e caloteiros
Que andam de avião ou então de carro zero
Já que todo mundo termina no cemitério
É preciso avaliar melhor esses critérios
Deixar de fazer leis que só favorecem vocês
Talvez valorizando o cidadão ao invés do cifrão
Quem tem dinheiro ta com seu burro na sombra
O que da sombra é que existe muito burro infelizmente pouca sombra
A criminalidade no brasil vem aumentando
Só ta faltando fazer um levantamento, uma planilha estatística
Excluindo a polícia aonde é que tem mais ladrão
Me diz no morro ou na política.
(2x) o crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Simplesmente natural, nem moderno, nem antigo
O crime é o meu assunto, o rap é meu artigo
Aqui é face da morte o crime do raciocínio.