Fagner

Beco dos baleiros

Fagner
Em minha rua, não há noite nem há dia
Não há vida, nem há morte
Não há pranto e nem cantar

A minha rua não é cheia, nem vazia
Não tem destino, nem sorte
Nem norte, nem viajar

Em minha rua não há chuva, não há frio
Não há calor, nem estio
Não há rio e nem há mar
Nenhuma lua, nenhum sol, nenhum segredo.
Não há glória não há medo. não há cor, nem há olhar

Em qualquer parte, na calçada ou no batente
Eu me deito, eu me sento
E pego meu violão

Em qualquer parte
talvez não seja direito
eu me sento, eu me deito
preparo meu coração

Deixo que o vento
Traga estampas coloridas
Em papeis de chocolate
Para cobrir minha canção

Deixo que o vento
Traga a morte que eu não tive
Traga a noite que não vive
Dentro do meu coração

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