Tempestade
Fagner
Eu nem sabia
Desse cinema mudo nos teus olhos
Dessa chuva caindo como um dia
Desse rio sem mar
Do riso agora
Desse cinema mudo nos teus olhos
Dessa chuva caindo como um dia
Desse rio sem mar
Do riso agora
Eu nem pensava
Em ter a tempestade entre os dentes
E o luar nas mãos como se um peixe
Pudesse respirar longe do aquário
Eu nem sabia
Que os dias eram meus como um tesouro
E a paixão um risco no asfalto
Aonde os carros sofrem sem poesia
Eu nem pensava
Que o meu desejo era um trem de ferro
Que a música parecia silêncio
E a vida era uma flor desavisada
Florindo o chão rachado do sertão
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