Amantes e inimigos

Como é possível caber no peito dois sentimentos?
De um lado ódio e do outro lado a felicidade
Se estamos perto nos agredimos seguidamente
Se estamos longe sentimos na alma muita saudade

Os nossos corpos já não suportam viverem juntos
E separados longe um do outro tremem de frio
Lágrimas rolam no espaço livre dos nossos olhos
Qual pirilampo se despencando no céu vazio

Amantes inimigos, são como o sol e a lua
Um sai o outro chega, mas sempre pertos na imensidão
E quando se encontram, o céu todo escurece
Também as nossas brigas cobrem de trevas meu coração

Força invisível prende à distância as nossas vidas
Viver não vivem, ficar não podem, partir não deixa
Quando nos falta alguém que ouve os nossos lamentos
As nossas sombras são testemunhas de nossas queixas

Se não podemos nos libertar é porque ainda
Dentro de nós o poder do amor não chegou ao fim
Mesmo brigando eu necessito sua presença
Do mesmo modo você não pode viver sem mim