A salamanca do jaraú
Fernanda abreuQue de tão incrível virou lenda
E até hoje lá no sul o povo conta para a gente
E o cantador emenda
Um sacristão lá da igreja que ficava de bobeira
Sentado olhando o rio passar
Um dia notou algo diferente
A água tava fervente começando a borbulhar
“meu deus, o que é isto dentro do rio? é um clarão, e vem na minha direção!”
Muito assustado o sacristão caiu de lado
Vendo o ser iluminado disparar seu coração
Valha-me deus, nossa senhora! é o tal lagarto com a pedra preciosa na cabeça!
Contam as velhas histórias que há muito tempo começou a fama do lagarto teiniaguá,
Diziam que quem o aprisionasse acharia um tesouro, o mais lindo tesouro que há,
Eram riquezas ocultas dentro de uma caverna, chamada salamanca lá na serra do jaraú
Passado o susto o sacristão pegou o bicho
Levou pra casa, tremenda confusão
Foi quando viu estupefato num delírio
O lagarto virar um mulherão
Era a verdadeira deusa da beleza
Cheia de encantos coisa e tal
Que aprisionada no corpo do lagarto
Guardava o tesouro da salamanca do jaraú
Cuidado sacristão, essa mulher é o pecado encarnado! esse coisa do diabo!
Seduzido pelo luxo e riqueza
Encantos e belezas começou a vacilar
E cegamente apaixonado jurou amor eterno
E fale quem quiser falar
E eram tantos seus pecados que os padres das paróquias
Já não puderam perdoar
Pobre sacristão, foi condenado!
No dia marcado pra sua morte, um trovão bem forte, para sua sorte, fez o céu estremecer
O dia de repente virou noite e de dentro do rio surgiu de novo o teniaguá
O brilho de sua pedra cegou todos os homens e o povo com medo fugiu
Livres, os dois subiram a serra do jarau, e no caminho, o sacristão olhando aquela formosura de lagarto disse:
É lagarto, tu me ensinas a fazer “lenda” que eu te ensino a namorar.
E até hoje diz a lenda ainda vivem na colina
Os dois deixando o tempo passar
Guardando um tesouro precioso
Um romance sem igual na salamanca do jarau
O lagarto que era o tal da salamanca do jarau
Uau!