Amigo joão
Fernando maurício
Ó meu amigo João
Em que terras te perdeste
Se por nada lá morreste
Meu amigo, meu irmão
Em que terras te perdeste
Se por nada lá morreste
Meu amigo, meu irmão
De nascença duvidosa Proibiram a tua infância
Transformaram-te em distância
Como braços de alcançar
Foste folha a flutuar Arrastada pla corrente
E o teu sangue foi semente
Dos cifrões doutro lugar
Gostavas de ouvir cantar
As modas da nossa terra
E as verdades que ela encerra
No seu jeito popular
Teu corpo de tudo dar
Corre nas veias do mundo
Imenso, fértil, fecundo
Com força de terra e mar
Ponho aqui o recordar
Da agrura da tua morte
Por sobre sangue a gritar
Que não foi azar nem sorte
A força do vento norte
Levou teu grito na mão
Meu amigo, meu irmão
Quem forçou a tua sorte?
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