Boitempo
Francisco mário
Entardece na roça
De modo diferente
A sombra vem nos cascos
No mugido da vaca
Separada da cria
O gado é que anoitece
E na luz que a vidraça
Da casa fazendeira
Derrama no curral
Surge multiplicada
Sua estátua de sal
Escultura da noite
Os chifres delimitam
O sono privativo
De cada rês e tecem
De curva em curva a ilha
O sono universal
No gado é que dormimos
E nele que acordamos
Amanhece na roça
De modo diferente
A luz chega no leite
Morno esguicho das tetas
E o dia é um pasto azul
Que o gado reconquista
De modo diferente
A sombra vem nos cascos
No mugido da vaca
Separada da cria
O gado é que anoitece
E na luz que a vidraça
Da casa fazendeira
Derrama no curral
Surge multiplicada
Sua estátua de sal
Escultura da noite
Os chifres delimitam
O sono privativo
De cada rês e tecem
De curva em curva a ilha
O sono universal
No gado é que dormimos
E nele que acordamos
Amanhece na roça
De modo diferente
A luz chega no leite
Morno esguicho das tetas
E o dia é um pasto azul
Que o gado reconquista
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