Sanga da vizinha
Gaúcho da fronteiraDa qual sou grande amigaço
Ela tem salão de baile
Mas o dinheiro anda escasso
Dia de baile vem chuva
Tem a sanga e não dá passo
E todos os convidados
São morador do outro lado
E os baile viram um fracasso
Eu falei pra minha vizinha
Se a senhora não repara
Eu vou voltar qualquer dia
Com um corrimão de taquara
E uma vara de eucalipto
Sobre as sangas de águas claras
E ao chegar seus convidados
Eu já fico encarregado
De passar todos na vara
Quando eu lhe fiz a proposta
Sorrindo ela me dizia
Que se eu botasse a pinguela
Muito bem me pagaria
E ali fizemos negócio
E eu vi que ela em mim confia
E eu só confio nela
Por isso o negócio dela
Tá crescendo dia a dia
E assim nos dia de baile
O meu emprego é ali
Certa vez uma gorducha
Foi passar tive que rir
Levou um baita dum susto
Quando a vara deu de si
Me pediu em desespero
Que lhe passasse ligeiro
Antes da vara cair
Quando a pinguela cresceu
O negócio da mariquinha
Por que a sanga não ataca
E vem mais gente do que vinha
Por isso dia de baile
Sábado de tardezinha
De chegar gente não para
Depois que eu botei a vara
Na sanga da minha vizinha
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