G.n.r

Sete naves

G.n.r
Vejo um rio
Vejo destroços de metal a flutuar
Vejo um rio
Provavelmente o Tejo
Desejo de me afundar
O Sado a sede sinos sinetas
Ao acordar

Vejo um istmo
Isco com ritmo
Paro de martelar

Vejo os meus dedos metálicos frios
Vontade de enferrujar
Vejo limalhas de ferro macio
Volumes por carregar
Vejo estas veias estalando
Artérias por soldar
Vejo nuvens ricas de carbono - diáfanas
D'envenenar

As naves que eu construo
Não são feitas para navegar
Aguentam a violência de um beijo
Mas nunca a do mar

As vagas onde elas vogam
Fundem-se com o ar
E elas vão e vêm

Voltam-se devagar

Se se voltam devagar

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