O começo
GonzaguinhaAs história de um tempo que o vento levou
Sobre um corpo de um homem deitado na cama
Olhar preso no teto buscando uma chama
Pois na sua cabeça a lembrança da festa
É o fogo que resta no seu coração
E ele espera a boa noite e o beijo
Pra poder dormir santo, salvo e são
E amanhã de manhã vai pedir um bom-dia
Pra se olhando no espelho
Vai sair sem ouvir o conselho
Pra tomar cuidado e não se aborrecer
Vai ligar do trabalho e sentir
O telefone tocando, chamando, chamando
Vai sair da batalha e se impacientar
Pois está mais depressa em casa
Querendo chegar
Mais vai se perguntar: vou chegar
Mas onde, por que, pra quem e pra quê?
Se eu não tenho hora e sem hora (senhora)
Não dar mais pra viver
Sobe no elevador com a chave na mão
E lhe bate no peito dolorosa emoção
Abre a porta e nada de entrar
A não ser o botão de uma blusa
Jogando no chão
E parado no meio da sala
As perguntam lhe assaltam e ele se revela
Não vai ser tudo mais fácil
Sem ela como eu pensei (bem sei)
Sem aquela, sem trela, sem querelas
Eu não tenho paz
Não é filme, é tato, é vida
E sem a moça, como é que se faz
Vai olhar as paredes do quarto
E sonhar nas histórias que a vida levou
Vai apagar a luz
E chorar
Como nunca
Um homem
De sua vivência
chorou.