Guilherme arantes

Bicho solidão

Guilherme arantes
Solidão
É um bicho com muitas caras
De intenções tão claras
Diz que tem sete cabeças
Cada qual, literalmente
Quer comer a gente
Ele pode estar de branco
Como penas de avestruz
Tratos, carrascos sem capuz
Muitas vezes é guerreiro
Com seu arco atira farpas
Ao som de harpas, de sombra e luz
Solidão
É um vírus traiçoeiro
Que entra sorrateiro
Dentro de você
Faz que faz
Fingindo que é a paz
Se diverte quando há flor
E explicar no amor
Pode estar num pesadêlo
Que agasalha o sonho blue
Ou no Maracanã, em dia de Fla-Flu
É a erva mais daninha
Vagabunda mais vulgar
Dá em qualquer lugar
Afundo então...
Solidão
Solidão...
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