Guilherme arantes

Em suas mãos

Guilherme arantes
Chuva cai
A chuva traz em suas mãos
Mudas de aflição
A chuva esperar
Cada nuvem derramar
Uma a uma de uma vez (cada pingo desfazer)
Vem, se eu contar
Sem perceber
Cada gota num piscar
Desaparecer
Cada pingo refazer
Da salina novo mar

Outro lugar
Chove também
Os anos com vagar
Vão permanecer
Nas montanhas como altar
Duras pedras remover
Sem terminar
páginas e páginas
Com lágrimas, risadas
Não tem máquinas
A fábrica
Dos dias que vão nascer
Passam,
Se repartem entre datas
E não param como a água
Que cai sem saber (vai chover)
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