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Guilherme arantesSão presas do vício
De encenar a farsa
Que hora tudo está
Na mais santa ordem
Lá dentro do seu homem,
Lá dentro dos seus filhos,
Lá dentro dos seus lares
Tem pilares sólidos.
Nossas mulheres, em média,
Cultivam heranças
De mãe pra filha
Desde mil-quatrocentões
São prendas secretas,
Receitas completas,
Mandingas e remédios
De como remendar
Seu mundo a preços módicos.
No fim da novela
Há um beijo que o marido negou
Há um "happy end"que o vento levou
Um rapto, uma aventura de amor
E a esperança, furta-cor
De um lapso na realidade nua e crua,
Por favor! (repete)
Nossas mulheres, em média,
Duvidam do espelho
Ao constatarem a inevitável impressão
Do chumbo da idade,
Das velhas vontades,
Sobre as sobrancelhas
Por mais que a maquilagem
Cubra os anos óbvios.
Nossas mulhes, em média,
Encaram a vida
Com muito mais sabedoria e altivez
Que os homens sisudos,
Heróis derrotados,
Guerreiros cansados
Que à noite querem janta pronta
E assuntos sérios.
No fim da novela...
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