Haikaiss

Mais um conto (part. funkero)

Haikaiss
Me surpreende essa calma
Uma cidade que combina com pressa
Na certa te prende na jaula
(Mas talvez seja apenas mais um conto
Detalhe é que o ponto é além, dinheiro vem fácil, visei
Já sei que me engana e se durar eu bato palma)
Almas, algumas se lavam e algumas se perdem todo dia
O ato de quem se abusou do menor é covardia
(Ou muita coragem, ria, sorria)
Enquanto tu pode, moscando com o iPod
A caminho do bote já leva um sacode
Confesse que nunca tu imaginaria
Minha mente grita enquanto eu me mantenho calado
Notei que há algo que se esconde para ser encontrado
(Quem vê de perto decoro eu vi nosso olhar que agora
Chora por ele que nada pra se afogar, coitado)
Muito dos milhares lugares, lares, passei
Os milhares jeitos notei das mulheres belas em bares
(São ares na qual respira o malandro da alma imunda
Não sustenta vagabundo, mas sustenta vagabunda)
E tu acha bacana porque nunca viu safadagem que inunda
Avisto loucos de dentro do bumba
Noite que vem, te consome e te afunda
(Mas quem se importa?)
Quem bate e ignora é sujeito a macumba
Outra porta na cara, o tempo não para
E o mesmo te empurra pra tumba
(Mas quem e importa?)
Meu camarada é o seguinte
Dormi com quinze, hoje acordei com vinte
Não surpreende
(Me pego parado revendo umas fita
Ligeiro com tudo, com a lábia que brinca
Ligeiro com o fardo que mata o sorriso
O copo levanta e peço um brinde)
Difícil lidar com tanta gente, entende?
Vago na rua em que o gesto se torna um pecado
Pasmo?
É foda viver sem entender
Comece ao ver pela mulher
Que finge o orgasmo (Menino asno)

Um trago pra relaxar!
Se o mundo dos convites dificulta pensar
Se o mundo dos palpites cartas embaralhar
No jogo que me tenta... eu até posso tentar!

(Ando direto nessa rua
Mesmo de madruga, é de lei
Mas não é comum eu sentir cheiro de spray)
Agora eu estou sentindo, quem é que deve ser
Se for parceiro meu, pode pá que eu to na B
Mas que fita ó, veja bem essa fita
(Foscando radar e ninja, debruçado no prédio
Fazendo em cima da quinta
Combinando com a luz amarela do poste dessa selva cinza)
Que fotografia linda!
(Andando na rua eu já to bem calmo
Acham que eu mosco mas não dou um boi
Se eu olhar pro lado, logo um enquadro
“Cus” dreadlock, pra tá me forjando é 1,2)
Mas pode ser só brisa minha
Porém quem não se previne demais, só remedia, vida vadia

Um trago pra relaxar!
Se o mundo dos convites dificulta pensar
Se o mundo dos palpites cartas embaralhar
No jogo que me tenta... eu até posso tentar!

O pulso ainda pulsa! Da lama ao caos
Capital, poluição, giroflex, buzina!
Olha o carro cinza parado na esquina
Se for da voloctran, dando uns trago no gudang
Ah se fosse Amsterdã, mas parece Vietnã, Camboja!
Menor crackudo pede grana em frente a loja
Quanto mais alto é o salto, brow!
Mais alta é a queda!
Veja a evolução humana voltando a idade da pedra
Celebremos toda nossa estupidez
Trabalhando igual cavalo pra gastar dinheiro em merda, fim do mês
Apenas mais um conto da nossa aldeia global
Viagem na sua tela, imagem digital
A violência é tão fascinante e nossas vidas são tão normais
Que você passa de noite e sempre vê apartamentos acesos
Adoecendo cérebros pela metrópole
Uma hora o ralo entope, hermano
O mundo é insano! Pra quê fazer planos?
Pra quê se iludir?
Toma a pílula vermelha e veja a dimensão sumir
Sumi! Relax!
Química deixa a vida real com after effects
Ruas, luzes acesas, parecem estrelas
Gotas de chuva igual Science, eu também quero comê-las
Mais um gole, mais um trago, ouvindo Riders on the Storm
Em plena a madrugada enquanto a cidade dorme
Enquanto o mundo explode, eu quero a minha honey baby
Corpo pegando fogo correndo, sou Johnny Blaze, crazy

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