Hanagorik

Carcacas e carcaras

Hanagorik
A morte floresce a cada manhã
Trazendo agonia aos filhos do sol
A vida o sonho vindo a padecer
Queimadas de almas entregues ao pó

Crianças nascem sob o sol de satã
Com espinhos de palma na palma da mão
Mórbidas paisagens aos olhos mostrar
Carcarás devorando carcaças no chão

Vendo o sol escurecer
Filhos do Deus do perdão
Vem vivendo nessa escuridão

No lugar que parece esquecido por Deus
As beatas se arrumam para a procissão
No lugar que padecem prováveis ateus
As crianças desfilam com terços nas mãos

Clãs de nômades vivem à beira do caos
Mercenários controlam fantoches com as mãos
Como num filme de "Glauber" querendo afinal
Que o sertão vire mar e o mar vire sertão

Vendo o sol escurecer
Filhos do Deus do perdão
Vem vivendo nessa escuridão

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