O rio severino
Herbert vianna
Um tísico à míngua espera a tarde inteira
Pela assistência que não vem
Mas vem de tudo n`água suja, escura e espessa deste
Rio Severino, morte e vida vêm
Mas quem não tem abc não pode entender HIV
Nem cobrir, evitar ou ferver
O rio é um rosário cujas contas são cidades
À espera de um Deus que dê
Quem possa lhes dizer
Pela assistência que não vem
Mas vem de tudo n`água suja, escura e espessa deste
Rio Severino, morte e vida vêm
Mas quem não tem abc não pode entender HIV
Nem cobrir, evitar ou ferver
O rio é um rosário cujas contas são cidades
À espera de um Deus que dê
Quem possa lhes dizer
O que é que você tem
O que é que eu posso te dizer
Me diz, o que é que você tem
O que é que você tem
O que é que você tem
A quem se pode recorrer
Me diz o que é que você tem
É muita gente ingrata reclamando de barriga d`água cheia
São maus cidadãos
É essa gente analfabeta interessada em denegrir
A boa imagem da nossa nação
És tu Brasil, ó pátria amada, idolatrada
Por quem tem acesso fácil a todos os teus bens
Enquanto o resto se agarra no rosário, e sofre e reza
À espera de um Deus que não vem
O que é que eu posso te dizer
Me diz o que é que você tem
O que é que você tem
O que é que você tem
A quem se pode recorrer
Me diz o que é que você tem.
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