A mística xinguana

Ramos faz o samba acontecer
Razão pra exaltar
Eu sou Imperatriz até morrer
Morrer de amar

Vem irmanar hoje é festa!
A noite empresta a lua cheia
Tambores, flautas e maracás
Um kuarup aos ancestrais na paz da aldeia
Alma livre, pé no chão
Toda floresta em comunhão
Cada manhã bordada em sorriso
No país de tupã, meu paraíso

Quem vem de lá? De outro mar
Civilizar o índio nu
O bem maior é humanizar
É melhor respeitar o povo Xingu
Quer dominar pra sucumbir
Feito abraço imortal da sucuri

Veneno que se espalha feito chama
Nas veias da devastação
Lamenta a semente, reclama a nascente
E os peixes, na lama
Ê raoni! O teu grito na mata ressoa
Pra sacudir os irmãos Villas Boas
A nação reunida
Kamayurá, kalapalo, kayapós
Ninguém cala essa voz em defesa da vida

Ê caraíba
Mãe natureza, índio quer salvar!
Ê caraíba
O cacique mandou preservar!