Cova rasa
Imigrantes italianos do século xxiLambe esse sapo pra ver no que dá
Quebra a fita, bebe o chá de pilha
Olha quanta gente esquisita que não sabe aonde está
Me dá um trago do seu cigarro
Se não muda a realidade
Mudam meus olhos, pequenos
Vermelhos, apenas espelhos
Só pra ver o que acontece
Sou um defunto de cova rasa
Na minha sala nunca tive uma casa
Sou um filósofo de boteco
Se alguém me chamar para pagar uma “breja”
Eu juro que eu nego
Mas tudo é permitido eu sou dessa opinião
Um dia tudo acaba, desliga logo a televisão
De óculos escuros eu ando na corda bamba
Represento o rock mesmo sendo do país do samba
Sou um defunto de cova rasa
Na minha sala nunca tive uma casa
Sou um filósofo de boteco
Se alguém me chamar para pagar uma “breja”
Eu juro que eu nego
Rir de tudo não é divertido, é trágico
Se chocolate fosse proibido
Financiaria o tráfico.
O palhaço se divertindo usa o seu pó mágico
E o diabo ri feito um mal-educado
Eu penso em tudo, mas não penso em nada
Louquidão total, a minha cabeça está pesada
Troquei o dia pela noite e a espada pela foice
Mas tudo é permitido, pelo menos eu achei que fosse
Sou um defunto de cova rasa
Na minha sala nunca tive uma casa
Sou um filósofo de boteco
Se alguém me chamar para pagar uma “breja”
Eu juro que eu nego