História de um prego
Inezita barroso
(Meu filho, vem cá, corre!
Vem sentar aqui comigo
Sou teu pai, sou teu amigo!
Quero te aconselhar
Olhe na parede, aquele prego, ali pregado
Ele sabe o meu passado, mas eu quero te contar)
Vem sentar aqui comigo
Sou teu pai, sou teu amigo!
Quero te aconselhar
Olhe na parede, aquele prego, ali pregado
Ele sabe o meu passado, mas eu quero te contar)
Naquele prego
Eu já pendurei meu laço
O arreio do picasso
Cavalo de estimação
E um par de esporas
Que custou muito dinheiro
E o chapéu de boiadeiro
Que eu lidava no sertão
Naquele prego
Pendurei muito cansaço
Muito suor do mormaço
E poeira do estradão
E quantas vezes
Minha mágoa pendurei
Sentimentos que eu guardei
Pra não magoar teu coração
De agora em diante
Vou tirar dele meu laço
E o arreio do Picasso
E as esporas vou guardar
Naquele prego
Pendure uma sacola
Cheia de livros da escola
E vontade de estudar
Quando amanhã
Você estiver aqui sentado
Lembrando nosso passado
Olhando o prego pioneiro
Quero que seja
Um doutor bem afamado
E diga sempre em alto brado
Sou filho de um boiadeiro!
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