Quaresma
Ivan linsNão há jeito de ser diferente
Como sempre chegou quarta-feira
E a praça não é mais da gente
Andam soltos fantasmas e bruxas
Lobisomem em noites de lua
O saci dança em noites escuras
E ninguém tá seguro nas ruas
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
As igrejas de portas trancadas
Já não entra, nem sai mais milagre
As pessoas de boca fechada
Vão fazer o jejum que lhes cabe
Clareando a sexta-feira santa
Segue a fila de velas acesas
Vêm cantando e o som se agiganta
Orações pra quem não tem defesa
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Procissão de bastões e vassouras
Estilingues, bodoques e pedras
Canivetes, facões e tesouras
Aleluia, é o quebra-quebra
É a dança do queira-ou-não-queira
É vingança, é um Deus-nos-acuda
É o malho, é o fogo, a fogueira
É o povo na pele de judas
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente
Tudo se repete, oh, maninha
Como antigamente
E o diabo gosta, oh, maninha
Arrepia a gente