Ritual de campo e querência
Jari terresCom choro da madrugada
Costeando o calmo da aguada
Na manhãzita parida
Sombreiro em aba batida
Desenha a sombra do campo
E um coloreado de manto
Surge na taipa comprida
É mais um taura que chega
E, ao longe, boleia a perna
Numa coxilha que inverna
Boiada gorda de estado
Põe colorido ao banhado
Nas flores da corticeira
E alumbra sobre a porteira
Algum ranchito barreado
Ritual de campo e querência
Com olhos de estância antiga
Rio grande que benze a lida
Na pampa que o sul desperta
Fronteira com alma aberta
Na mansidão das canhadas
E a vida nas campereadas
Que a alma grande liberta
Ritual de campo e querência
Com olhos de estância antiga
Rio grande que benze a lida
Na pampa que o sul desperta
Fronteira mostra o retoço
No vasto de uma invernada
Mandando lombo a potrada
Que miro lá do potreiro
Quase me saca do arreio
Quando se nega a picaça
Do vulto de uma carcaça
Banquei a rédea no freio
Firmando a sola do estribo
Ajeito o corpo no basto
E um farejado no pasto
Desperta, adiante, o ovelheiro
Algum sorrito matreiro
Campeando um rastro perdido
Ao longe, vem entretido
No amanhecer de um cordeiro
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