De frente pro crime
João boscoEm vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
O bar mais perto depressa lotou
Malandro junto com trabalhador
Um homem subiu na mesa do bar
E fez discurso pra vereador
Veio o camelô vender!
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer
Pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então
Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto uma foto de um gol
Em vez de reza uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém
Sem pressa, foi cada um pro seu lado
Pensando numa mulher ou no time
Olhei o corpo no chão e fechei
Minha janela de frente pro crime
Veio o camelô vender!
Anel, cordão, perfume barato
Baiana pra fazer
Pastel e um bom churrasco de gato
Quatro horas da manhã
Baixou o santo na porta bandeira
E a moçada resolveu
Parar, e então
Tá lá o corpo
Estendido no chão
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