João carreiro e capataz

Trem das sete, meu amigo pedro

João carreiro e capataz
Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon
Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem
Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão
Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar
Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons
Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral
Amém

Pedro muitas vezes você fala
Sempre a se queixar da solidão!
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não!

Vai pro seu trabalho todo dia
Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro, Pedro
Pedro as coisas não são bem assim!
Pedro, onde você vai eu também vou

Mas tudo acaba onde começou!
Toda vez que eu sinto o paraíso
Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno!

Não tenho nada mais a te dizer
Mas não me critique como eu sou
Há tantos caminhos, tantas portas, Pedro
Pedro, onde cê vai eu também vou!

Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou!
É que tudo acaba onde começou!

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