Jorge drexler

Milonga del moro judio

Jorge drexler
Milonga del moro judioPor cada muro un lamento
En jerusalén la dorada
Y mil vidas malgastadas
Por cada mandamiento.
Yo soy polvo de tu viento
Y aunque sangro de tu herida,
Y cada piedra querida
Guarda mi amor más profundo,
No hay una piedra en el mundo
Que valga lo que una vida.

Yo soy un moro judío
Que vive con los cristianos,
No sé que dios es el mío
Ni cuales son mis hermanos.

No hay muerto que no me duela,
No hay un bando ganador,
No hay nada más que dolor
Y otra vida que se vuela.
La guerra es muy mala escuela
No importa el disfraz que viste,
Perdonen que no me aliste
Bajo ninguna bandera,
Vale más cualquier quimera
Que un trozo de tela triste.

Y a nadie le dí permiso
Para matar en mi nombre,
Un hombre no es más que un hombre
Y si hay dios, así lo quiso.
El mismo suelo que piso
Seguirá, yo me habré ido
Rumbo también del olvido
No hay doctrina que no vaya,
Y no hay pueblo que no se haya
Creído el pueblo elegido.

Milonga do mouro judioPor cada muro um lamento
Em Jerusalém a dourada
E mil vidas desperdiçadas
Por cada mandamento.
Eu sou poeira do teu vento
Ainda que sangre de tua ferida,
E cada pedra querida
Guarda meu amor mais profundo.
Não há uma pedra no mundo
Que valha um vida.
Refrão
Eu sou um mouro judio
Que vive com os cristãos,
Não sei que deus é o meu
Nem quais são meus irmãos.
Não há morto que não me doa,
Não há um lado ganhador,
Não há nada mais que dor
E outra vida que voa.
A guerra é péssima escolha
Não importa o disfarce que veste.
Perdoem que não me aliste
Sob nenhuma bandeira.
Vale mais qualquer quimera
Que um pedaço de pano triste.
Refrão
E a ninguém dei permissão
Para matar em meu nome,
Um homem não é mais que um homem
E se há Deus, ele quis assim.
O mesmo solo que piso
Seguirá, terei-me ido
Rumo ao esquecimento
Não há doutrina que não vá,
E não há povo que não se acha
O povo escolhido.
Refrão
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