José mendes

Terra que canto

José mendes
Chamamé

Pra amar a terra que canto não precisa que em manda
Eu nasci lá na fronteira, coração do meu rio Grande -
Sou esta voz bem crioula que nasceu sobre o afoio
Do upa-upa brasino que ali no mato corre o arroio.

O, moço aqui da cidade a sua origem contesta
Não de ver bombacha, chapéu quebrado na testa
Não importa o que eles dizem, ou que de mim achem graça
Sou guasca e orgulho tenho da origem da minha raça.

E tu chinoca morena das ancas bem retovadas
Das transas bem compridas, do olhar de cobra assustada
E venha junto ao meu peito, venha sentir meu afago,
Venha sentir como eu sinto, vibrar a alma do pago.

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