Sujeira no sangue

Nós somos destruidores do amor
Só a morte nos acompanha
Por isso me aperfeiçoo para morrer
Eu sou a vida que se move
E não pode haver lamúria
Só os mortos são tristes
Tantos correram atrás de mim
E de tanto correr
Parei no inferno para descansar
Duvido que desse mundo vá alguém para o céu
Ruindade no sangue e merda nas tripas
No labirinto no qual os ratos não acham a saída
E os gatos esticam as patas para com eles brincarem
A roda não pode parar
Vem atravessando ruas e praças
E continuará marcando a nossa destruição
A gente mata tudo que está ao redor
E depois corta o pescoço para sangrar
Duvido que desse mundo vá alguém para o céu
Ruindade no sangue e merda nas tripas
Na planície povoada de demônios
A morte não existe
Sobra apenas um vento forte
Alastrando o incêndio sobre as matas
Não há firmeza no chão que se pisa
Aproveitem a morte de tantos
E façam também o meu enterro
Não pertencemos a esse mundo
Somos apenas passageiros da agonia
Perdidos na própria desgraça.
Duvido que desse mundo vá alguém para o céu
Ruindade no sangue e merda nas tripas