Leandro léo

Randevú

Leandro léo
meu caro poeta
das noites em claro
do vão, da sarjeta
dos dias de luto
teu faro decida
se sirvo ou se paro
mas lembra que a vida
não vale o minuto

não sejam as moças
lá muito pudicas
e nem pouca a vod-
ka, dica de irmão
do fundo da fossa
não passas, quem fica
de touca não pode
cantar meu baião

ó santo poeta
sem rastro e sem manto
sem mastro nem meta
mas só solidão
enquanto o deserto
não seca este pranto
te tenho por perto
de deito nas mãos

não sejam os laços
porém, tua casa
a vodka é tanta
que pode calar
os tempos escassos
e até te dar asas
o triste acalanto
insiste em me achar

poeta melhor
que mude o assunto
e seja mais só
que tu e eu juntos
mais baixo calão
neste randevú
não há, meu irmão
do que eu ou tu

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