Luis eduardo aute

Cuando duermes

Luis eduardo aute
Cuando duermesCuando duermes,
poco tiempo después de la espuma,
junto a mi corazón, abrazada,
ausente como el sonido
de nuestras mudas palabras.
Es el tuyo tal vez, o es el mío,
ese claro latido que habla,
cuando duermes.

Cuando duermes,
lejos ya del ingrávido origen,
con mi brazo cosido a tu espalda,
no tengo por qué mirarte,
los ojos no me hacen falta.
Tú me ves con tu vientre cumplido,
yo te veo a través de esta calma,
cuando duermes.

Cuando duermes,
no es tu cuerpo desnudo el que estrecho
ni el calor del reposo que manas,
sujeto los horizontes
del sueño que te traspasa.
Y agarrado a ese sueño sumiso,
me despierto y no hay nadie en mi cama,
cuando duermes.

Quando dormesQuando dormes
pouco tempo depois da espuma
junto a meu coração, abraçada
ausente como o som
de nossas mudas palavras
És o teu talvez, é o meu
essa clara batida que fala
quando dormes
Quando dormes
longe já da imponderável origem
com meu braço costurado às tuas costas
não tenho porque olhar-te
seus olhos não me fazem falta
Você me vê com seu ventre comprido
eu te vejo atravpes desta calma,
quando dormes
Quando dormes
não é seu corpo nu que estreito
nem o calor do repouso que tens,
assunto dos horizontes
do sonho que te transpassa
e apegado a este sonhos sumisso
acordo e nada há nada na minha cama
quando dormes
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