Lero-lero
Luiz ayrãoNão basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor
Olha aí meu camarada irmão de cor
Não me venha por favor
Com essa história de raiz
Se cada um quiser voltar ao berço agora
Todo mundo vai se embora
E fica o índio só de argola no nariz
Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor
Olha aí o bate boca e o reboliço
Para com isso
Que o samba tem que ser amor
Eu aqui sou favorável as misturas
De raças e culturas
E de gente de valor
Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor
Convidou-me honrando-me a Portela
Pra fazer pra ela
O samba-enredo que passou
E eu que sou portelense doente
Fiz o samba mais quente
Mas a máfia me cortou
Pra fazer samba
Não basta ser crioulo
Nem subir o morro
Nem ser de escola fundador
Vamos deixar de fingimento
O negócio é talento
E talento não tem cor
Os sambistas vão se dividindo
O americano invadindo
Discoteque já colou
Além do mais se o samba é só do bom crioulo
Nessa aí eu to no bolo
Pois crioulo eu também sou
Além do mais se o samba é só do bom crioulo
Nessa aí eu to no bolo
Pois crioulo eu também sou
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